Padrão alimentar do Brasil está entre os cinco piores do mundo
Matéria publicada pela Veja Saúde no dia 08/01/2024.
(Foto: @eduardo.dulla)
A revista científica Nature Food publicou um estudo que analisa a evolução do padrão alimentar globalmente entre 1990 e 2018. Os pesquisadores usaram o Alternative Healthy Eating Index (AHEI) para definir o que era uma dieta saudável: o índice prioriza o consumo de frutas, hortaliças, grãos integrais e fontes de gorduras boas como pescados; e pede moderação para a ingestão de carne vermelha e processada, bebidas açucaradas e redutos de sódio. Em 2018, apenas dez países tinham pontuações consideradas adequadas por essa métrica. E os países com pontuação mais baixa incluem Brasil, México, Estados Unidos e Egito. De acordo com a pesquisa, o aumento no consumo de industrializados ultraprocessados e a crescente desigualdade social (junto à alta nos preços dos alimentos) respondem pela situação.
Confira achados da análise internacional: Gênero e instrução Globalmente, os escores de qualidade da dieta foram superiores entre mulheres e em pessoas com mais acesso à educação formal. Faixa etária As crianças tendem a consumir menos frutas, vegetais sem amido e fontes de ômega-3 do que os adultos. E ingerem mais sódio e gordura saturada.
Visão geral A qualidade da alimentação melhorou um pouco entre 1990 e 2018 em todas as regiões, exceto no sul da Ásia e na África subsaariana. Guia para o futuro Os pesquisadores acreditam que um olhar mais apurado sobre cada país pode guiar políticas públicas focadas numa dieta saudável.
Outro parâmetro, mesmo resultado: Pesquisadores da Faculdade de Saúde Pública da USP também constataram um baixo valor nutricional nas refeições brasileiras. Só que eles usaram como referência ideal a dieta da saúde planetária, proposta por uma comissão do periódico The Lancet, que preza o bem-estar das pessoas e o meio ambiente. A avaliação atesta que só estamos atingindo 30% das metas, como comer mais vegetais e menos carne.